segunda-feira, 7 de maio de 2018

OXUMARÉ

Dentro dos tronos divinos dos nossos sagrados orixás, Oxumaré polariza no lado negativo da linha do amor com Oxum. Isso não significa que exista algum motivo para apreensões porque, dentro das vibrações divinas, não existe negatividade no sentido em que a tememos. A palavra “negativo” aqui significa dissolução, esgotamento, transformação. Por esse motivo, a Cobra Arco Íris trabalha na irradiação da transmutação de tudo aquilo que não é amor, em suas diferentes manifestações.

            Para entendermos o campo de atuação desse orixá, precisamos entender como funcionam as cores para nossa espécie. No plano em que nos encontramos, temos acesso a um número conhecido de vibrações referentes às cores, que são as sete manifestações da luz em forma de arco íris, chamadas de espectro visível. O espectro visível é faixa de frequências acessíveis oticamente por nós, quais sejam, as tonalidades contidas entre o vermelho, o laranja, o amarelo, o verde, o azul e o violeta. O branco é a mistura de todas as cores, sendo também a sétima cor a que se faz referência.



Como a conhecida imagem do prisma que o gera, a Luz divina original representada pelo branco se dissolve em diferentes ondas. Cada onda tem um comprimento e, quanto menor ele for, maior será essa frequência. Sabemos que a luz transporta energia pelo espaço e, quanto maior for sua frequência, mais energia ela carrega pois emite ondas com menores intervalos. Nesse sentido, temos que na ponta do espectro na qual a luz é violeta, existe a vibração de frequência mais alta (668-789 THz) e menor comprimento de onda (380-450 nm).



Por outro lado, a frequência mais baixa é a de luz vermelha, com 400-484 THz e comprimento de 620-750 nm. Abaixo dessa cor, temos as conhecidas ondas infravermelhas cujo olho humano já não alcança. Não por acaso, o animal que enxerga nessa vibração é a cobra. As cobras são capazes de reconhecer suas presas pelo calor que emanam e, portanto, diz-se que enxergam no escuro.

Oxumaré, sendo o orixá serpente, alcança, dessa forma, nossas vibrações mais baixas, aquelas que muitas vezes nós nem mesmo enxergamos, e as transforma em manifestações do Amor. Ele alcança frequências negativas que não estão disponíveis no nosso campo de percepção de forma consciente e realiza a transmutação dessa energia em nossas vidas, em nosso espírito.

Um campo de atuação bastante conhecido dessa divindade, por consequência, é a sexualidade. As lendas africanas dizem que Ele é metade do ano homem-cobra e metade do ano mulher. Isso ocorre porque ele tem o acesso mais direto a essa vibração, cuja cor é justamente a vermelha. Nosso chakra básico, situado na base da coluna – Muladhara – tem essa tonalidade e está relacionado também a esses desequilíbrios em que a sexualidade pode se manifestar. Oxumaré vem esgotar e transformar nossos desvios de ordem sexual mas não se resume somente a isso. Todos os problemas relacionados a esse chakra são fortemente equilibrados por sua atuação. Medos, questões de sobrevivência, traumas, necessidades básicas - tudo está em sua alçada.

 

Oxumaré é, portanto, um dos orixás com os campos mais amplos e significativos de serem trabalhados dentro do polimatismo. Todo buscador espiritual necessita de equilíbrio e do esgotamento das frequências que o afastam do amor de Deus, conhecido entre os orixás como nossa Mãe Oxum, seu polo positivo. Estando em sua polaridade negativa, ele transforma, transmuta e eleva aquilo que nos afasta das frequências mais altas que buscamos, alinhando nossos chakras e restaurando nossas vibrações desordenadas.

Arroboboi, Oxumaré!
 
Texto: Beatriz Mazzini- Comandante da cadeira de estudos da linha dos Orixás do Templo Polímata de Campinas

 
Referências:


http://www.escolacosmica.com/2011/10/1-chakra-raiz-basico-kundalini.html

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