terça-feira, 6 de junho de 2017

 Sri Ganga Devi


 
Śrī Gaṅgā Devī - Sataṅga à Senhora da Purificação ॐ

Todas as Glórias à śrīla Guru Mahārāja Ācārya Mahāsūrya Paṇḍita Svāmī!
Todas as Glórias à śrī Mahādeva!
Todas as Glórias à śrī Bhagavan!
Todas as Glórias à śrī Śakti Devī!
Todas as Glórias à śrī śrī Gaṅgā Devī!

Śrī Gaṅgā Devī (श्रीगङ्गाडेवी) é a personificação do Rio Ganges, o mais sagrado rio da Índia. É a Senhora da purificação e da limpeza, que remove o karma e, assim, aproxima as almas de mokṣa (a liberação do ciclo de nascimentos).

Śrī Bhagvatī Gaṅgā é uma das sete  śaktis da Suprema Absoluta Ādi Paraśakti. Auspiciosamente, acompanha os três membros da Trimūrti.

Junto à śrī Viṣṇu, é conhecida como Viṣṇupadī (Aquela que emana dos pés de lótus do Senhor), devido a um passatempo realizado por śrī Vāmana, o anão – a quinta encarnação de śrī Bhagavan – que, ao medir o tamanho do Universo com a abertura de suas pernas, abre neste um pequeno buraco com seu dedão esquerdo, que permite a entrada de Kāraṇārṇava (o Oceano Causal) sob a forma do Rio Ganges. Daí, flui para  Brahmaloka, a morada de śrī Brahmā, onde se mantém por um longo período, para então adentrar em nosso planeta (Bharataloka), onde é recebido por śrī Śiva, de quem também é consorte, personificado como Śrī Gaṅgā.

Está montada em Makara, o crocodilo, símbolo de proteção e devoção. A flor de lótus e kamaṇḍalu (pote de água utilizados por brahmanas e ascetas) representam a purificação e as mudrās emanam a benevolência (varada) e o destemor (abhaya).

Sua descida à Terra se deu através das preces e sacrifícios executados em honra à śrī Brahmā por Bhagīratha – cujo nome significa algo como “aquele que realiza um grande árduo trabalho” – um virtuoso rei do estado de Kosala e antepassado de śrī Rāma.

Este processo de mil anos foi necessário para a libertar as almas de seus sessenta mil tios-avôs de uma maldição proferida pelo sábio Kapila, que os pulveriza com apenas um olhar, como castigo por terem-no acordado de seu profundo transe e por causarem uma onda de destruição da natureza, enquanto buscavam um cavalo sequestrado por Indra, o temperamental rei dos Devas.

Após a conclusão dos sacrifícios (tapasya), śrī Brahmā concede um pedido a Bhagīratha, que solicita um rio divino para realizar uma cerimônia com o intuito de libertar as almas de seus antepassados. Tarefa esta que já havia sido almejada por outros reis de Kosala, sem sucesso. Tal desequilíbrio vinha causando diversos desastres naturais na região.

Śrī Gaṅgā Devī então é enviada por śrī Brahmā, descendo com enorme força do plano celestial (svargaloka), visto que após eras sendo constantemente adorada pelos Devas, desenvolveu grande vaidade. Assim, sua correnteza era tamanha que, caso tocasse diretamente a Terra, causaria grande destruição em nosso plano (bhuvarloka).

Śrī Śiva, então, se põe misericordiosamente no caminho de śrī Gaṅgā e amortece sua descida com seus cabelos, o que lhe dá o título de Gaṅgādhara (Aquele que recebe Gaṅgā), purificando-a de sua soberba. Todavia, Ela ainda destrói o monastério do sábio Jahnu que, irado, engole a Devī e só a liberta após a insistência dos outros Devas, lhe rendendo o título de Jāhnavī (“filha de Jahnu”).

Posteriormente, Bhagīratha guia śrī Gaṅgā pelo território indiano e através submundo, onde encontravam-se as cinzas dos seus sessenta mil tios-avôs, libertando-os aos céus. Assim, por atravessar Svargaloka (o plano celestial), Pṛthvī (a Terra) e Pātāla (o submundo), Ela também é conhecido como Tripathagā (Aquela que flui dos céus às regiões mais baixas”).

Como Mãe, śrī Gaṅgā é Aquela que aceita e purifica a todos. Enquanto śakti, é a potência da fertilidade do aspecto criador de śrī Mahādeva, que se movimenta eternamente. Divina, é água e pode ser sentida e absorvida mais facilmente neste plano menos sutil. Ademais, seu processo de descida do plano celestial (avataraṇa) não se deu diretamente, uma única vez, mas continua a acontecer, num fluxo contínuo dos céus à Terra.

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